segunda-feira, 7 de junho de 2010
Não Pare No Inverno II
Para não correr risco de ter dor ou problema muscular, o alongamento deve ser intensificado, a roupa tem que ser adequada para o corpo não esfriar.
Se você é daqueles que abandona os exercícios durante o inverno saiba que pode estar colocando a perder todos os ganhos musculares e do sistema cardiorrespiratório já conquistados. De acordo com os médicos, após um mês, quem deixa a malhação de lado pode até voltar a ser considerado sedentário. O ideal é continuar com o esporte, mas tomando os cuidados necessários no inverno.
A maior atenção deve ser dada ao aquecimento antes da prática esportiva. Segundo André Pedrinelli, médico do esporte e chefe do Grupo de Amputados da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), para cada hora de exercício, são recomendados de 15 a 20 minutos de aquecimento.
O tempo, afirma Pedrinelli, é mais ou menos o mesmo do que deve ser feito nos dias quentes, mas, no frio, a intensidade deve ser maior.
A professora de ginástica e personal trainer Nilcea Araújo Beltrão, da Academia Master, explica que no inverno os músculos ficam mais contraídos. Por isso, sem alongamento, aumentam os riscos de lesões, dores ou ainda rompimento muscular.
Nilcea alerta, ainda, que nos dias de frio é indispensável o uso de roupas adequadas, como camisas de manga longa e calças para que o corpo mantenha a temperatura e não volte a esfriar.
Entre essas roupas não estão as de tecido sintético, diz Fabrício Lopes Buzatto, médico fisiatra e especialista em medicina esportiva. Esse tipo de roupa impede a respiração livre, assim como as apertadas. Outra recomendação de Buzatto é que se tire os agasalhos à medida que o corpo for esquentando. Mas, ao sair da academia, se for o caso, eles devem ser colocados novamente para evitar choques térmicos.
Se a roupa ficar molhada de suor, o esportista deve trocá-la. “Não se deve ficar com roupas molhadas, porque o exercício baixa a imunidade do corpo pelo gasto de energia”, diz o ortopedista Alexandre Kusabara, do Hospital Beneficência Portuguesa de Santo André. Ele faz um alerta para quem estiver resfriado ou gripado: nesse caso, é melhor evitar os exercícios, pois há risco de os sintomas piorarem.
Buzatto fala que como a poluição do ar se agrava no inverno, locais como grandes avenidas têm de ser evitados principalmente nas horas de maior movimento para não aumentar o risco de doenças respiratórias. Mas a poluição não deve ser álibi para parar de malhar, já que os benefícios do exercício superam eventuais riscos. “Além disso, ficar parado por um mês leva à perda do condicionamento”, afirma Eduardo Vallim.
Atenção com os excessos - Meio do ano, férias chegando e lá vão muitos caprichar no físico, para não aparecerem os ‘defeitos’. Sem exceções, os que podem, vão às academias ou contratam preparadores pessoais, a maioria corre ou caminha no parque ou clube com a boa intenção de saúde total.
Esquecem que nós, humanos, não somos 100% sem defeitos, O limite entre vários pequenos defeitos e os sem defeitos é praticamente indistinguível. Em nosso treinamento físico, o que era pouco passou a se transformar em muito e depois de alto risco. Seria a prática de atividade física intensa um fator de piora de algum defeito que estava adormecido? Em várias pesquisas - inclusive nossas em cardiologia aplicada ao esporte - foram constatados que pequenos problemas do coração de iniciantes no esporte, caso não sejam cuidados com atenção, sem dúvida irão causar riscos sérios no futuro, quando muitos dos atletas poderão estar bem profissionalmente.
Todos devem respeitar os limites físicos, não forçar, mesmo quando ainda acharem que suportam o exercício. O que vemos, principalmente nas academias, é exatamente isso, o erro do ‘vamos malhar muito’ para logo atingir o objetivo.
Encerro afirmando que excessos de horas (mais de uma hora por vez), excessos de intensidade (esperar sentir dores para então parar o exercício), excesso de dias ativos fisicamente (sem intervalo de dia de descanso na semana), excesso de peso não combatido pioram trauma nas articulações, não trazem benefícios e elevam os riscos cardiovasculares.
O médico cardiologista Nabil Ghorayeb é integrante da SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia).
Texto extraído do site: http://www.jornalpequeno.com.br/2006/7/3/Pagina37540.htm
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